sábado, 23 de janeiro de 2016

Palco: Roda de histórias Conta Conto




     Gente linda, passando só pra dizer que amanhã tem de novo a roda de contação de histórias Conta Conto. Amanhã a roda acontece às 15 horas na rua fechada da orla da Ponta Verde. Vamo lá porque tá lindo *_*. Quando fiz a postagem de ontem tava faltando pouco pra começar e por isso não deu tempo de explicar com mais calma, mas hoje dá \o/. O Conta Conto é o trabalho de conclusão da disciplina "Narrativas na rua" da minha turma da ETA; E o que eu digo é que a roda tá lindaaa :P. Contamos histórias brasileiras e africanas. E o melhor de tudo: Quem escolhe a história que quer ouvir é você!
       Portanto, se amanhã você passar pela rua fechada da orla da Ponta Verde, por volta das 15 horas, e vir um grupo com lindos turbantes na cabeça, se aprochegue! Venha ouvir lindas histórias e levá-las com você. De quebra, você ainda conhece um pouco da cultura africana ;).Aguardo todos lá!

Louryne Simões
      

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Palco: Roda de Histórias Conta Conto

Pessoal, é daqui a pouco! Corre!!!

Roda de contação de histórias brasileiras e africanas.

às 19:30, na orla da pajuçara.

Depois eu explico melhor.

Corre que vai ser lindo!!!!!!!



Louryne Simões

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Assista Online: Atirou para matar (Nuno Balducci)

     

    Então gente linda, ando bem atrasada por aqui, então essa notícia que vou dar também é notícia velha; mas tinha que constar aqui no blog, então... 
    Seguinte: Finalmente o curta-metragem alagoano premiado, Atirou para matar, do diretor Nuno Balducci, está disponível para ser assistido online. Lembram que eu tinha feito uma participação nele? Então... Vem conferir!
       Vocês podem assistir ao filme NESTE LINK
       Confiram lá, depois voltem aqui e me digam o que acharam,

Beijo beijo,

Louryne Simões

domingo, 10 de janeiro de 2016

Palco: Luna

   


       Então, gente...
      Hoje eu tô aqui pra contar do meu último trabalho: a gatinha Luna. E a primeira coisa que eu quero dizer sobre ela é que ela me foi um presente com gosto de desafio. O sentimento que a experiência de dar vida a ela me causou foi tão grande que, agora mesmo, escrevi e apaguei várias vezes o início deste texto por não achar as palavras certas pra traduzir isso pra vcs.
        Vamos, então, começar pelo começo, não é?
        A Luna é uma personagem da versão da ETA para o clássico Pinóquio, nosso trabalho de conclusão do terceiro módulo, e não existe na sua versão original; ou seja, só quem foi conferir a montagem teve a oportunidade de conhecê-la. Ela é a gatinha do Gepeto; é dócil e muito lindinha, mas muito manhosa, mimada e ciumenta também.


  • Preparação da personagem
     Sempre me lembro do dia em que o nosso diretor e professor Alex Cerqueira anunciou qual seria a nossa peça. Lembro que antes de anunciar ele perguntou o que nós esperávamos do nosso próximo trabalho; e eu lembro que pedi desafio. Disse que queria algo que me desafiasse, que exigisse de mim, me fizesse suar e crescer como atriz. Até fiz um post sobre esse início de processo bem aqui, mas gostaria de destacar um trecho que escrevi lá:

"Sexta-feira ficamos sabendo o projeto da nossa primeira montagem e nos apaixonamos perdidamente (e falo no plural mesmo porque sei que a maior parte dos meus colegas, se não todos eles, ficaram mesmo tão apaixonados quanto eu). E eu fui conquistada exatamente pelo que eu vinha pedindo: desafio, algo que exigisse meu suor. (...)Estou feliz. Estou suando"

    De fato foi isso que eu tive. A Luna exigiu um bocado de mim. Eu estava perdidamente encantada pela chance de viver uma gata no teatro, mas vi que nem tudo são flores e encanto. Tem muito suor e esforço envolvido também: Nossa, só eu sei de quantos ensaios eu saí achando que não ia conseguir; e como ficava chateada por saber que a Luna tava aqui dentro de mim e mesmo assim eu não sentia como se estivesse conseguindo deixá-la aparecer aqui do lado de fora também. Foi a primeira personagem a me atingir desse jeito, a ponto de me dar uma chacoalhada, olhar nos meus olhos e perguntar: "E aí? Cadê a atriz tão elogiada agora?". Eu lembro que tinha traçado uma meta: As pessoas deveriam ver a gata em cena antes do primeiro miau, antes de qualquer maquiagem ou caracterização.
           Comecei a ler sobre gatos, pesquisar, salvar um monte de vídeos, escutei "História  de uma gata", dos Saltimbancos, e "Negro gato", ou qq outra música que falasse de gatos, como se não fosse haver amanhã (meu irmão já não aguentava mais). Relembrei a importância de um diário de bordo em um processo como esse e fiz um diário só pra construção da Luna. Pensei mil vezes em adotar um gato nesse período. Sentiram? Pois é, a coisa tava nesse nível. Foi nesse meio tempo que surgiu a Penélope, uma gatinha linda e muito fofa que apareceu na minha casa (ela deve ter sentido que ali morava uma atriz desesperada que precisava dela). Sim, é isso mesmo que vocês estão pensando, nós a adotamos (esse nome, inclusive, só veio depois que optamos por isso) e ela me ensinou um monte sobre como ser uma gata.
    Uma ou duas semanas antes da estreia os elogios começaram a vir. As pessoas começaram justamente a dizer que eu estava realmente uma gata em cena. Eu finalmente sentia que tinha alcançado minha meta traçada lá no início. Embora sabendo que podia ser melhor (continuo achando isso até agora), já começava a vir uma sensação de satisfação. A Luna estava nascendo.


  • Apresentações 
      Ficamos em cartaz do dia 14 ao dia 18 de dezembro de 2015, na Sala Preta, no Espaço Cultural da Ufal. E foi tudo muito, mas muito acima das minhas expectativas! Estava tudo belíssimo... E além da beleza estética do espetáculo, tivemos casa cheia todas as noites. Foi uma experiência linda demais, da qual eu já começo a sentir saudades.



Foto de Alexandra Souza




Foto de Fernanda Tenório




Foto de Fernanda Tenório

           Ao final de cada apresentação, o carinho das crianças era uma recompensa e tanto, entre tantas outras. Me fez lembrar a época do João e o pé de feijão . Além disso, muita gente querida foi me ver: amigos, familiares... Alguns, inclusive, tentaram e não conseguiram graças às filas enormes (só eu sei como fiquei por isso). Enfim, tudo isso tornou a experiência do Pinóquio inesquecível. A Luna, além de um presente, se tornou inesquecível pra mim; e já deixou saudades.


  • Agradecimentos
      Há, provavelmente, dois amigos que estão no topo da minha lista de agradecimentos: A primeira é a Penélope. Eu nunca tinha tido tanta aproximação com gatos, era louca pra ter um quando criança, mas meu pai não permitiu, de modo que o contato com a Penélope permitiu que a Luna crescesse de uma maneira que seria mais difícil conseguir sem ela. E, dividindo com ela o topo dessa lista, Cleyton Alves. O Cleyton, que também é (um excelente) ator, já havia vivido um gato no musical "Os gatos, uma noite felina" apresentado aqui na cidade, e me deu uma série de dicas super importantes para que eu pudesse ser uma gata nos palcos. A assistência dele foi super importante pro meu processo pessoal na construção dessa personagem e eu não canso de agradecê-lo por isso. As dicas dele aliadas à observação da Penélope possibilitaram muito do meu trabalho nesta peça.
      Mas a lista de agradecimentos é enorme: Ao meu diretor e professor Alex Cerqueira, por ter acreditado em mim e me dado essa personagem incrível. E a todos os professores David Farias, Toni Edson, Geová Amorim, Reginaldo Oliveira pelas inestimáveis orientações. Aos meus colegas de sala e elenco que sempre sempre acreditam em mim, msm quando eu mesma duvido, e assim me ajudam a crescer. Vocês nem sabem o quanto. À Poly, pelos figurinos lindíssimos *_*. À Carol, por ter feito a maquiagem da Luna tão linda e delicada. às fotógrafas Karla Lima, Alexandra Souza e Fernanda Tenório pelo belíssimo registro que fizeram da Luna. Muito obrigada, meninas. Desde o primeiro dia eu queria fotos da Luna, mas o que eu ganhei de vcs foi muito melhor do qq foto que sonhei. E sem vcs este post não estaria tão lindo. E, por fim, a todos que contribuíram para que o Pinóquio acontecesse, porque acabaram contribuindo também para o crescimento de uma atriz, então muito obrigada!
         Eu também não poderia deixar de agradecer aos meus amigos e a minha família, que fizeram o possível para assistir à peça. Nem todos conseguiram. Mas ainda assim eu queria dizer que vcs não tem noção do quanto foi bom saber que vocês estavam lá por mim. Tudo fica mais bonito e mais doce pra mim quando eu sei que vocês estão lá enquanto eu tento realizar o sonho que carrego desde menina. Muito obrigada.
         E assim também para cada criança, cada mãe ou pai que levou seu filho ou filha para nos ver, para cada pessoa que compôs a nossa plateia durante aquela semana, muito obrigada por terem ajudado magia do Pinóquio a acontecer.


  • Concluindo...
      O processo para o Pinóquio foi um processo de amadurecimento para nós enquanto artistas. E o resultado foi uma surpresa, porque foi acima de qualquer expectativa: casa cheia em todas as noites, o carinho do público, especialmente das crianças... Enfim tudo... Não canso de dizer que a Luna foi um presente; e me ensinou muito. Saio do Pinóquio uma atriz mais forte, mas o Pinóquio ainda não saiu de mim. Já tenho saudades...




Louryne Simões
       

sábado, 12 de dezembro de 2015

Palco: Pinóquio

    Olá, povo lindo!
    Tô passando por aqui pra divulgar mais um trabalho lindo do qual estou participando e que nasce para o público nessa segunda, dia 14/12/2015: PINÓQUIO. Trata-se do trabalho de conclusão do terceiro módulo da minha turma da ETA e está ficando lindo lindo, pessoal!! *___* Vocês não podem perder! 
      Depois eu farei um post mais detalhado sobre os desafios que enfrentei para a construção dessa personagem; o que eu queria compartilhar desde agora é que foi um processo de trabalho que me fez crescer um bocado em uma série de aspectos, me desafiou, e só por isso já super valeu a pena. Mas, como se fosse pouco, o resultado está ficando lindo! Agora só indo conferir pra ter certeza né?
       Então, gente, Pinóquio acontecerá da segunda, 14/12/2015, até a sexta,18/12/2015, no Teatro Sala Preta, que fica no Espaço Cultural da Ufal, em frente à praça Sinimbú. E o melhor: Entrada Franca! Então, não tem desculpa, hein! Espero todos lá ;) 


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Das coisas que não contei por aqui: Web-série Texto ex Machina, episódio 2: As Ruínas

     Bom dia, povo lindo!
     Hoje eu venho falar sobre uma experiência maravilhosa que eu tive a alguns meses atrás. Em julho deste ano, eu fui convidada pelo ator, meu amigo e de quem tb sou muito fã Bruno Alves a participar de um projeto que estava nascendo da parceria do Coletivo Volante (se vc ainda não conhece o trabalho incrível desse coletivo, por favor clique neste link que você não vai se arrepender) com o Estúdio Atroá, o que significava que além de trabalhar com o Bruno, eu iria trabalhar com outra pessoa que eu tb adoro, sou super fã e com quem já era louca pra trabalhar fazia um tempinho, Nivaldo Vasconcelos (havíamos trabalhado juntos na produção do "Atirou para matar", já que ele fez a preparação de elenco do curta, mas aqui eu sabia que a coisa seria diferente) e o que significava também que só podia vir coisa boa daí.
     Eu iria participar do segundo episódio da web-série Texto ex Machina, As ruínas. 

     Para aqueles que ainda não conhecem a web-série (Comassim??), eis a sinopse: 

      “Texto Ex Machina”, literalmente “texto saído da máquina” é uma websérie criada por Nivaldo Vasconcelos (Estúdio Atroá) e Bruno Alves (Coletivo Volante de Teatro) para o facebook e vem desde Julho de 2015, quinzenalmente, realizando um jogo de desafio de criações entre a dramaturgia teatral e o audiovisual. O desafio é simples: Com o uso de apenas uma câmera, um cenário (No caso a própria casa dos realizadores) e atores, construir episódios onde o foco é o texto e a experimentação audiovisual. Os textos lidos inicialmente são frutos de uma intensa busca por uma dramaturgia própria do Coletivo Volante, grupo teatral fundado pelo ator Bruno Alves que busca a união de diversos segmentos artísticos em torno do teatro. Porém graças ao alcance das visualizações os diálogos se ampliaram. Em agosto firmaram parceria com o Coletivo Malditos Dramaturgos! de São Paulo e não param por aí, trazendo releituras de dramaturgos e dramaturgas de outros estados. Os vídeos são produzidos com imagens brutas, som captado pelo microfone da câmera e manipuladas unicamente na montagem, reescrevendo artesanalmente os textos originais. Texto Ex-Machina trata de escrita e linguagem, buscando apaziguar as buscas tão distintas que existem entrem Teatro e Audiovisual.

FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e curadoria de textos: Bruno Alves.
Direção, Fotografia, montagem e design: Nivaldo Vasconcelos.
Com atores, atrizes e dramaturgxs convidadxs.

      Tudo começou quando, meses antes, em maio deste ano, eu, Bruno, Jadir Pereira e outros atores locais participamos de uma oficina de Dramaturgia oferecida pelo Sesc. A oficina era Dramaturgia contemporânea: escrever no labirinto e foi maravilhosamente ministrada pelo dramaturgo mineiro Vinícius Souza. Os exercícios de escrita, as discussões e experiências realizadas na oficinas suscitaram em nós tal inquietação com relação à dramaturgia e o exercício da escrita que resolvemos manter esse diálogo mesmo após o fim da oficina. Quem tomou à frente para que isso acontecesse de fato foi o Bruno. E diante de tantas produções de textos dramatúrgicos, Bruno e Nivaldo, reconhecido diretor do cinema alagoano que eu já conhecia desde o ano passado e desde então, como disse aqui, queria a oportunidade de participar em um projeto dele, tiveram a brilhante ideia deste projeto lindo.
      Foi tudo muito simples: Bruno me contatou, eu aceitei antes mesmo de ver o texto, pq já confio muito nos dois; me enviaram o texto e em uma tarde gravamos. A tarde de gravação, embora rápida e simples, foi uma aula. Ano passado eu participei do Ateliê Sesc de Cinema (foi lá que conheci o Nivaldo) e uma das coisas sobre as quais aprendíamos era o fato de que, como em toda arte, no cinema é necessário flexibilidade. Ás vezes vc tem uma ideia que julga ser a mais brilhante de todas e, no entanto, na prática, por algum motivo ela não funciona. É necessário, então, essa flexibilidade que te permite largar uma ideia e pensar rapidamente em outra. A tarde de gravação do episódio ensinou um pouco sobre isso.
      No dia da gravação contamos com vizinhos fazendo (muito mais) barulho que o esperado; tempo passando rápido demais, o que significa, luz baixando rápido demais :P; uma super cena em mente que não funcionou na prática... Para cada um desses contratempos, o Nivaldo tinha uma saída, tinha um plano B e n perdia tempo se desesperando por eles. Não, ele ia logo para o "ok, isso não vai dar certo. Vamos fazer desse outro jeito que desse outro jeito sim pode funcionar". E funcionou. Tudo ficou lindo.
          O resultado (lindo) pode ser visto aqui e eu super aconselho que assistam a todos os episódios, gente! Tá um melhor que o outro. É um projeto lindo e único aqui na nossa Alagoas, né? Assistam tudinho! Além de tudo, ainda pude trabalhar mais uma vez com meu parceiro favorito Jadir Pereira e conhecer o Ígor Rozza ^_^.
           
        Pronto. Compartilhado tudo isso com vocês, só me resta agradecer mais uma vez: Obrigada ao Bruno, ao Nivaldo, ao Jadir, ao Ígor, ao Matheus... Foi lindo. Lembro desse trabalho com um carinho bem grande porque me cerquei de pessoas queridas. Super obrigada, gente! Razamos!! ^_^

         E pra finalizar... Fotos, fotos fotos...







Louryne Simões

domingo, 20 de setembro de 2015

Palco: Exercício cênico "Pai contra Mãe"

    Bom dia, povo lindo!
    Ok, eu já sabia que tinha tempo que não escrevia por aqui, mas levei um susto quando vi a data da última postagem. Como assim eu não escrevo desde maio, gente? Já estamos em setembro! Bom, mas vou começando deixando claro que não fiquei esse tempo todo sem escrever porque me faltou o que contar. De maneira nenhuma. Pelo contrário, a minha história com os palcos tem sido cada vez melhor e devagarzinho vem se formando bem bonita. De maio para cá muitas coisas boas  sobre as quais eu não escrevi aqui aconteceram com relação à minha trajetória no teatro. Por isso, resolvi fazer uma sessão à parte aqui que vou chamar: "Das coisas que não contei por aqui..." pra tentar sanar essa falta minha com o blog e não deixar sem registro nele essas tantas coisas boas que eu deixei sem espaço aqui nesse meio tempo. Logo logo publico o primeiro escrito da sessão.
     Mas agora não. Agora quero falar de outra coisa. Outra experiência que tive a honra e alegria de viver esses dias. 
     Para quem não sabe, Maceió está vivendo o paraíso do teatro esse mês. Recentemente, tivemos o Filé Teatral, um evento promovido pelo curso de licenciatura em Teatro da UFAL; semana que vem sediaremos o FITO, Festival Internacional de Teatro de Objetos, e, com isso, receberemos várias companhias de outros estados e países. E atualmente estamos finalizando a etapa Alagoas do FTB, Festival de Teatro Brasileiro. Graças a este último recebemos várias companhias do estado da Paraíba. E tivemos a oportunidade de trocar experiências com essas companhias. Entre estas o Coletivo de Teatro Alfenim.  
      O Coletivo, além de trazer aos palcos alagoanos peças maravilhosas, veio com uma proposta linda de residência artística com artistas locais. Lógico que eu não ia perder essa, né? A ideia era reunir artistas daqui para conhecer um pouco do modo de trabalho do Alfenim, trocar experiências e ainda apresentar um exercício cênico ao final da residência. Maravilha, né?
         Pois bem, a residência teve início no dia Primeiro deste mês e sua finalização no dia 15. Não foram 15 dias corridos. Não. Foram 15 dias partidos. Na verdade, quando fiz minhas contas, tivemos apenas 7 dias de residência. Uma semana partida em 15 dias. Mas, foi uma semana partida de trabalho intenso e delicioso. De muita alegria por conhecer pessoas maravilhosas e por vislumbrar um trabalho lindo que estava nascendo em tão pouco tempo. Mas falo um pouco mais sobre essa parte mais adiante...
       O Alfenim, na pessoa de seu diretor e dramaturgo Márcio Marciano (virei fã!), nos propôs construirmos um trabalho durante aqueles dias em cima do conto "Pai contra mãe", de Machado de Assis (Teatro e Machado, gente! Como não amar?). Fiquei ainda mais encantada com a Residência e isso suscitou, inclusive, uma ideia bem bacana para um projeto futuro do Teatro da Poesia (mas isso é pauta para outro texto). O fato é que Machado escrevia a séculos atrás, com maestria literária que dispensa comentários, sobre temas extremamente atuais.
          No caso do conto "Pai contra mãe", que tinha como plano de fundo a época da escravidão do Brasil e a repressão a escravos fujões, Machado nos apresenta Cândido Neves, um homem que após tentar, sem sucesso, exercer os mais variados ofícios, acaba por se tornar um caçador de negros fujões, já que, assim, conseguia boas recompensas dos donos dos escravos recuperados. Cândido, porém, se casa com Clara e esta engravida. Porém, ao mesmo tempo que se aproxima a hora do bebê nascer, torna-se cada vez mais difícil a situação financeira do casal, visto que Candinho já não consegue capturar negro algum a bastante tempo. Por mal terem recursos para viverem os três, tia Mõnica, que cuida do casal, os aconselha a colocar a criança na roda dos enjeitados. Candinho não consegue suportar a ideia. Por isso ele fica cada vez mais obcecado pelo anúncio de uma negra que fugiu. Após um bom tempo de procura, ele consegue encontrá-la e a captura, a negra Arminda, por sua vez, implora que Candinho não a entregue ao seu dono, pois ela está grávida e, conhecendo o dono que tem, este a castigará com açoites, o que pode causar o aborto da criança. Cândido entrega a negra e acontece exatamente o que ela temia.
           Pelo resumo que eu fiz dá pra ter noção da força do texto, não é? Mas o texto de Machado, sem dúvida, vale muito mais a pena que o meu resumo.
            O fato é que o Marcio nos convidou a construir com ele um exercício cênico com base nesse conto pensando as cenas imageticamente. E o Nuriey, por sua vez, cuidou da parte musical do nosso exercício com tanto esmero e cuidado que o resultado disso foi algo tão lindo que até agora eu estou enviando mensagens ao meu cérebro para que ele resista e não me deixe esquecer aquelas músicas.
             As dificuldades durante o processo foram muitas: Estávamos em meio a feriados e greve da UFAL e, consequentemente, da ETA, que estava nos emprestando o espaço para a Residência. Talvez também por isso, tenhamos começado o processo com determinado número de participantes que foi diminuindo à medida que os dias iam passando. E aí, dois dias antes da apresentação, chegaram um monte de participantes novos. Imaginam a loucura que foi?
                Mas eu acho que foi por isso mesmo que a apresentação foi tão mágica. Dia 15 de setembro de 2015. Estávamos ainda tão nervosos, tão inseguros... Mas chegada a hora, a coisa fluiu (como sempre flui) e foi lindo. Lindo lindo. Não conseguiria expressar aqui nem que tentasse o êxtase que senti por estar ali. Nunca vou conseguir explicar direito o que sinto quando estou no palco. Não há palavras suficientes no mundo nem em língua alguma pra deixar isso claro. Só sei dizer que foi lindo. Foi lindo também os aplausos e comentários da plateia ao final, encontrar amigos na plateia e receber seu carinho quando tudo terminou. Gente, como eu amo isso. Um dos atores da Paraíba veio falar comigo ao final e disse: "Você nunca pode largar o teatro." Foi o melhor elogio do dia. E a maior verdade. Não posso mesmo. Não me sinto viva sem ele.
                 Dito isso tudo, só me resta agradecer. Agradecer enormemente ao Coletivo de Teatro Alfenim. Em especial ao diretor e dramaturgo Marcio Marciano e ao músico Nuriey Castro: Muito obrigada! Saibam que virei fã de vcs e que espero realmente que nós ainda nos encontremos pelos palcos da vida. Obrigada pela paciência, dedicação e pelo trabalho lindo que vcs nos deram a honra de viver.Também agradeço a Adriano Cabral, que se fez presente em cada encontro da Residência e acreditou em nós; e à Gabriela Arruda, produtora do Coletivo, que também nos acompanhou em cada momento e é uma fofa. Agradeço ainda à Zezita Matos por ter me dado a honra de conhecê-la e trocar com ela algumas palavras sobre o meu amor pelo teatro. Zezita, vc é uma linda! E agradeço também aos colegas de Residência. Foi um prazer viver esse trabalho com vocês e que tenha sido apenas o primeiro de muitos.
                       Agora vamos aos registros, né? Gente, meu sonho era e continua sendo encontrar algum vídeo desse apresentação. Por favor, se alguém que ler esta postagem por acaso tiver algum, mande para essa atriz desesperada, sim? :P Na ausência de vídeos, temos, porém, algumas fotos do processo e do dia da apresentação. Aí estão elas:



Primeiro dia de Residência

Primeiro dia de Residência

Início da apresentação


Cena com o ator Régis de Souza

Final da apresentação. Bate-papo com o elenco e o diretor.


      Infelizmente, não tenho aqui comigo a lista completa com os nomes dos participantes da Residência que compuseram esse elenco e, com medo de citar alguns e esquecer outros, prefiro não fazê-lo. Mas, é isso, pessoal. Foi lindo! E se alguém encontrar algum vídeo por aí, please, não esqueçam de me dizer, tá?

Beijos beijos,

Louryne Simões