sábado, 12 de dezembro de 2015

Palco: Pinóquio

    Olá, povo lindo!
    Tô passando por aqui pra divulgar mais um trabalho lindo do qual estou participando e que nasce para o público nessa segunda, dia 14/12/2015: PINÓQUIO. Trata-se do trabalho de conclusão do terceiro módulo da minha turma da ETA e está ficando lindo lindo, pessoal!! *___* Vocês não podem perder! 
      Depois eu farei um post mais detalhado sobre os desafios que enfrentei para a construção dessa personagem; o que eu queria compartilhar desde agora é que foi um processo de trabalho que me fez crescer um bocado em uma série de aspectos, me desafiou, e só por isso já super valeu a pena. Mas, como se fosse pouco, o resultado está ficando lindo! Agora só indo conferir pra ter certeza né?
       Então, gente, Pinóquio acontecerá da segunda, 14/12/2015, até a sexta,18/12/2015, no Teatro Sala Preta, que fica no Espaço Cultural da Ufal, em frente à praça Sinimbú. E o melhor: Entrada Franca! Então, não tem desculpa, hein! Espero todos lá ;) 


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Das coisas que não contei por aqui: Web-série Texto ex Machina, episódio 2: As Ruínas

     Bom dia, povo lindo!
     Hoje eu venho falar sobre uma experiência maravilhosa que eu tive a alguns meses atrás. Em julho deste ano, eu fui convidada pelo ator, meu amigo e de quem tb sou muito fã Bruno Alves a participar de um projeto que estava nascendo da parceria do Coletivo Volante (se vc ainda não conhece o trabalho incrível desse coletivo, por favor clique neste link que você não vai se arrepender) com o Estúdio Atroá, o que significava que além de trabalhar com o Bruno, eu iria trabalhar com outra pessoa que eu tb adoro, sou super fã e com quem já era louca pra trabalhar fazia um tempinho, Nivaldo Vasconcelos (havíamos trabalhado juntos na produção do "Atirou para matar", já que ele fez a preparação de elenco do curta, mas aqui eu sabia que a coisa seria diferente) e o que significava também que só podia vir coisa boa daí.
     Eu iria participar do segundo episódio da web-série Texto ex Machina, As ruínas. 

     Para aqueles que ainda não conhecem a web-série (Comassim??), eis a sinopse: 

      “Texto Ex Machina”, literalmente “texto saído da máquina” é uma websérie criada por Nivaldo Vasconcelos (Estúdio Atroá) e Bruno Alves (Coletivo Volante de Teatro) para o facebook e vem desde Julho de 2015, quinzenalmente, realizando um jogo de desafio de criações entre a dramaturgia teatral e o audiovisual. O desafio é simples: Com o uso de apenas uma câmera, um cenário (No caso a própria casa dos realizadores) e atores, construir episódios onde o foco é o texto e a experimentação audiovisual. Os textos lidos inicialmente são frutos de uma intensa busca por uma dramaturgia própria do Coletivo Volante, grupo teatral fundado pelo ator Bruno Alves que busca a união de diversos segmentos artísticos em torno do teatro. Porém graças ao alcance das visualizações os diálogos se ampliaram. Em agosto firmaram parceria com o Coletivo Malditos Dramaturgos! de São Paulo e não param por aí, trazendo releituras de dramaturgos e dramaturgas de outros estados. Os vídeos são produzidos com imagens brutas, som captado pelo microfone da câmera e manipuladas unicamente na montagem, reescrevendo artesanalmente os textos originais. Texto Ex-Machina trata de escrita e linguagem, buscando apaziguar as buscas tão distintas que existem entrem Teatro e Audiovisual.

FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e curadoria de textos: Bruno Alves.
Direção, Fotografia, montagem e design: Nivaldo Vasconcelos.
Com atores, atrizes e dramaturgxs convidadxs.

      Tudo começou quando, meses antes, em maio deste ano, eu, Bruno, Jadir Pereira e outros atores locais participamos de uma oficina de Dramaturgia oferecida pelo Sesc. A oficina era Dramaturgia contemporânea: escrever no labirinto e foi maravilhosamente ministrada pelo dramaturgo mineiro Vinícius Souza. Os exercícios de escrita, as discussões e experiências realizadas na oficinas suscitaram em nós tal inquietação com relação à dramaturgia e o exercício da escrita que resolvemos manter esse diálogo mesmo após o fim da oficina. Quem tomou à frente para que isso acontecesse de fato foi o Bruno. E diante de tantas produções de textos dramatúrgicos, Bruno e Nivaldo, reconhecido diretor do cinema alagoano que eu já conhecia desde o ano passado e desde então, como disse aqui, queria a oportunidade de participar em um projeto dele, tiveram a brilhante ideia deste projeto lindo.
      Foi tudo muito simples: Bruno me contatou, eu aceitei antes mesmo de ver o texto, pq já confio muito nos dois; me enviaram o texto e em uma tarde gravamos. A tarde de gravação, embora rápida e simples, foi uma aula. Ano passado eu participei do Ateliê Sesc de Cinema (foi lá que conheci o Nivaldo) e uma das coisas sobre as quais aprendíamos era o fato de que, como em toda arte, no cinema é necessário flexibilidade. Ás vezes vc tem uma ideia que julga ser a mais brilhante de todas e, no entanto, na prática, por algum motivo ela não funciona. É necessário, então, essa flexibilidade que te permite largar uma ideia e pensar rapidamente em outra. A tarde de gravação do episódio ensinou um pouco sobre isso.
      No dia da gravação contamos com vizinhos fazendo (muito mais) barulho que o esperado; tempo passando rápido demais, o que significa, luz baixando rápido demais :P; uma super cena em mente que não funcionou na prática... Para cada um desses contratempos, o Nivaldo tinha uma saída, tinha um plano B e n perdia tempo se desesperando por eles. Não, ele ia logo para o "ok, isso não vai dar certo. Vamos fazer desse outro jeito que desse outro jeito sim pode funcionar". E funcionou. Tudo ficou lindo.
          O resultado (lindo) pode ser visto aqui e eu super aconselho que assistam a todos os episódios, gente! Tá um melhor que o outro. É um projeto lindo e único aqui na nossa Alagoas, né? Assistam tudinho! Além de tudo, ainda pude trabalhar mais uma vez com meu parceiro favorito Jadir Pereira e conhecer o Ígor Rozza ^_^.
           
        Pronto. Compartilhado tudo isso com vocês, só me resta agradecer mais uma vez: Obrigada ao Bruno, ao Nivaldo, ao Jadir, ao Ígor, ao Matheus... Foi lindo. Lembro desse trabalho com um carinho bem grande porque me cerquei de pessoas queridas. Super obrigada, gente! Razamos!! ^_^

         E pra finalizar... Fotos, fotos fotos...







Louryne Simões

domingo, 20 de setembro de 2015

Palco: Exercício cênico "Pai contra Mãe"

    Bom dia, povo lindo!
    Ok, eu já sabia que tinha tempo que não escrevia por aqui, mas levei um susto quando vi a data da última postagem. Como assim eu não escrevo desde maio, gente? Já estamos em setembro! Bom, mas vou começando deixando claro que não fiquei esse tempo todo sem escrever porque me faltou o que contar. De maneira nenhuma. Pelo contrário, a minha história com os palcos tem sido cada vez melhor e devagarzinho vem se formando bem bonita. De maio para cá muitas coisas boas  sobre as quais eu não escrevi aqui aconteceram com relação à minha trajetória no teatro. Por isso, resolvi fazer uma sessão à parte aqui que vou chamar: "Das coisas que não contei por aqui..." pra tentar sanar essa falta minha com o blog e não deixar sem registro nele essas tantas coisas boas que eu deixei sem espaço aqui nesse meio tempo. Logo logo publico o primeiro escrito da sessão.
     Mas agora não. Agora quero falar de outra coisa. Outra experiência que tive a honra e alegria de viver esses dias. 
     Para quem não sabe, Maceió está vivendo o paraíso do teatro esse mês. Recentemente, tivemos o Filé Teatral, um evento promovido pelo curso de licenciatura em Teatro da UFAL; semana que vem sediaremos o FITO, Festival Internacional de Teatro de Objetos, e, com isso, receberemos várias companhias de outros estados e países. E atualmente estamos finalizando a etapa Alagoas do FTB, Festival de Teatro Brasileiro. Graças a este último recebemos várias companhias do estado da Paraíba. E tivemos a oportunidade de trocar experiências com essas companhias. Entre estas o Coletivo de Teatro Alfenim.  
      O Coletivo, além de trazer aos palcos alagoanos peças maravilhosas, veio com uma proposta linda de residência artística com artistas locais. Lógico que eu não ia perder essa, né? A ideia era reunir artistas daqui para conhecer um pouco do modo de trabalho do Alfenim, trocar experiências e ainda apresentar um exercício cênico ao final da residência. Maravilha, né?
         Pois bem, a residência teve início no dia Primeiro deste mês e sua finalização no dia 15. Não foram 15 dias corridos. Não. Foram 15 dias partidos. Na verdade, quando fiz minhas contas, tivemos apenas 7 dias de residência. Uma semana partida em 15 dias. Mas, foi uma semana partida de trabalho intenso e delicioso. De muita alegria por conhecer pessoas maravilhosas e por vislumbrar um trabalho lindo que estava nascendo em tão pouco tempo. Mas falo um pouco mais sobre essa parte mais adiante...
       O Alfenim, na pessoa de seu diretor e dramaturgo Márcio Marciano (virei fã!), nos propôs construirmos um trabalho durante aqueles dias em cima do conto "Pai contra mãe", de Machado de Assis (Teatro e Machado, gente! Como não amar?). Fiquei ainda mais encantada com a Residência e isso suscitou, inclusive, uma ideia bem bacana para um projeto futuro do Teatro da Poesia (mas isso é pauta para outro texto). O fato é que Machado escrevia a séculos atrás, com maestria literária que dispensa comentários, sobre temas extremamente atuais.
          No caso do conto "Pai contra mãe", que tinha como plano de fundo a época da escravidão do Brasil e a repressão a escravos fujões, Machado nos apresenta Cândido Neves, um homem que após tentar, sem sucesso, exercer os mais variados ofícios, acaba por se tornar um caçador de negros fujões, já que, assim, conseguia boas recompensas dos donos dos escravos recuperados. Cândido, porém, se casa com Clara e esta engravida. Porém, ao mesmo tempo que se aproxima a hora do bebê nascer, torna-se cada vez mais difícil a situação financeira do casal, visto que Candinho já não consegue capturar negro algum a bastante tempo. Por mal terem recursos para viverem os três, tia Mõnica, que cuida do casal, os aconselha a colocar a criança na roda dos enjeitados. Candinho não consegue suportar a ideia. Por isso ele fica cada vez mais obcecado pelo anúncio de uma negra que fugiu. Após um bom tempo de procura, ele consegue encontrá-la e a captura, a negra Arminda, por sua vez, implora que Candinho não a entregue ao seu dono, pois ela está grávida e, conhecendo o dono que tem, este a castigará com açoites, o que pode causar o aborto da criança. Cândido entrega a negra e acontece exatamente o que ela temia.
           Pelo resumo que eu fiz dá pra ter noção da força do texto, não é? Mas o texto de Machado, sem dúvida, vale muito mais a pena que o meu resumo.
            O fato é que o Marcio nos convidou a construir com ele um exercício cênico com base nesse conto pensando as cenas imageticamente. E o Nuriey, por sua vez, cuidou da parte musical do nosso exercício com tanto esmero e cuidado que o resultado disso foi algo tão lindo que até agora eu estou enviando mensagens ao meu cérebro para que ele resista e não me deixe esquecer aquelas músicas.
             As dificuldades durante o processo foram muitas: Estávamos em meio a feriados e greve da UFAL e, consequentemente, da ETA, que estava nos emprestando o espaço para a Residência. Talvez também por isso, tenhamos começado o processo com determinado número de participantes que foi diminuindo à medida que os dias iam passando. E aí, dois dias antes da apresentação, chegaram um monte de participantes novos. Imaginam a loucura que foi?
                Mas eu acho que foi por isso mesmo que a apresentação foi tão mágica. Dia 15 de setembro de 2015. Estávamos ainda tão nervosos, tão inseguros... Mas chegada a hora, a coisa fluiu (como sempre flui) e foi lindo. Lindo lindo. Não conseguiria expressar aqui nem que tentasse o êxtase que senti por estar ali. Nunca vou conseguir explicar direito o que sinto quando estou no palco. Não há palavras suficientes no mundo nem em língua alguma pra deixar isso claro. Só sei dizer que foi lindo. Foi lindo também os aplausos e comentários da plateia ao final, encontrar amigos na plateia e receber seu carinho quando tudo terminou. Gente, como eu amo isso. Um dos atores da Paraíba veio falar comigo ao final e disse: "Você nunca pode largar o teatro." Foi o melhor elogio do dia. E a maior verdade. Não posso mesmo. Não me sinto viva sem ele.
                 Dito isso tudo, só me resta agradecer. Agradecer enormemente ao Coletivo de Teatro Alfenim. Em especial ao diretor e dramaturgo Marcio Marciano e ao músico Nuriey Castro: Muito obrigada! Saibam que virei fã de vcs e que espero realmente que nós ainda nos encontremos pelos palcos da vida. Obrigada pela paciência, dedicação e pelo trabalho lindo que vcs nos deram a honra de viver.Também agradeço a Adriano Cabral, que se fez presente em cada encontro da Residência e acreditou em nós; e à Gabriela Arruda, produtora do Coletivo, que também nos acompanhou em cada momento e é uma fofa. Agradeço ainda à Zezita Matos por ter me dado a honra de conhecê-la e trocar com ela algumas palavras sobre o meu amor pelo teatro. Zezita, vc é uma linda! E agradeço também aos colegas de Residência. Foi um prazer viver esse trabalho com vocês e que tenha sido apenas o primeiro de muitos.
                       Agora vamos aos registros, né? Gente, meu sonho era e continua sendo encontrar algum vídeo desse apresentação. Por favor, se alguém que ler esta postagem por acaso tiver algum, mande para essa atriz desesperada, sim? :P Na ausência de vídeos, temos, porém, algumas fotos do processo e do dia da apresentação. Aí estão elas:



Primeiro dia de Residência

Primeiro dia de Residência

Início da apresentação


Cena com o ator Régis de Souza

Final da apresentação. Bate-papo com o elenco e o diretor.


      Infelizmente, não tenho aqui comigo a lista completa com os nomes dos participantes da Residência que compuseram esse elenco e, com medo de citar alguns e esquecer outros, prefiro não fazê-lo. Mas, é isso, pessoal. Foi lindo! E se alguém encontrar algum vídeo por aí, please, não esqueçam de me dizer, tá?

Beijos beijos,

Louryne Simões

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Teatro da Poesia

    Olá pessoas lindas do meu cantinho, hoje eu venho finalmente contar (ainda superficialmente) sobre um projeto novo que tem me enchido a mente e o coração. Já a algum tempo vinha sonhando uma companhia de teatro que me permitisse explorar as histórias que eu sempre quis contar no palco de modo que me fosse possível dar um tempo, corpo e espaço às imagens que vejo sempre na minha cabeça e às quais ainda não consegui dar vida. É desse desejo e inquietação que está sendo gerado o Teatro da Poesia.
       Junto com meu parceiro de vida e de palco, Jadir Pereira (*-*), está sendo gerada uma nova Companhia de Teatro na cena Alagoana que tem como premissa básica poetizar (Me sentindo grávida.. =P). Mas o que vem a ser isso? Afinal de contas o que é poesia? E o que é levá-la aos palcos? Humildemente, concordo que há certa ousadia no projeto. Mas não é quase inerente à arte, a ousadia?
      Bom, ainda assim, e sem tomar isso como verdade absoluta, o Teatro da Poesia acredita desde já que a poesia, muito mais que poemas e sonetos, está em tudo: "Sem autoria e sem versos a poesia será encontrada" (verso de poema de Fernando Paixão).  E de tal modo em tudo que não se sabe onde começa e onde termina. Mas está lá. Em tudo: No âmago do nosso estômago; de onde sai pelos nossos olhos a tocar o mundo (ou seria o mundo que traz poesia aos nossos olhos?). Está na música e nas artes tanto quanto na pedra. Talvez aquela mesma que inspirou Drummond a escrever seu famoso poema : "No meio do caminho, havia uma pedra". Ele soube ver a poesia nela. 
       E o Teatro da Poesia se propõe a isso: A olhar com olhos que procuram a poesia naquilo ali, aquela coisa mínima que ninguém olha. Pretende tocar o público de modo a conseguir provocar esse olhar mais aguçado sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor. Um sopro para que nossos olhos enxerguem melhor a poesia no mundo, porque é também de poesia que ele é feito.
         Assim sendo, estamos preparando alguns projetos bem bonitos que logo logo chegarão até vocês e espero que vocês gostem e nos acompanhem. Já existe uma página da companhia no face bem aqui, a qual algumas pessoas lindas já curtiram, apesar da ausência de informações presentes por lá. A essas pessoas, agradeço enormemente o voto de confiança que vocês depositaram em nós desde esse comecinho e peço que continuem por ali: Estamos em silêncio ainda, mas isso apenas porque estamos trabalhando em algo que queremos deixar bem bonito pra vocês. E aos que ainda não curtiram a página, fiquem à vontade para curtir. Em breve, mais informações serão dadas e devagar nossa poesia vai chegando até vocês. Peguem carona na nossa bicicleta que vem coisa bonita por aí... *_*



Louryne Simões

quinta-feira, 21 de maio de 2015

O que vem por aí: Preparação

     Bom dia povo lindo do meu cantinho... *_*
     Venho rapidinho só pra compartilhar como anda o processo pra fazer nascer minha próxima personagem que ganhará o tablado. Há algumas postagens eu contei que esse ano seria ano de montagens para a minha turma na ETA. Expliquei que teremos duas montagens no ano letivo, cada uma referente a um semestre. Pois bem, estamos no processo de preparação da primeira (ontem também citei como andava sem tempo por vários projetos). Vim aqui contar um pouco de como anda esse processo.
     Começarei dizendo que ele já está caminhando para o final, já que a previsão de estreia é pra logo. Muito logo. Do tipo vocês vão piscar os olhos e já terá chegado o grande dia. Sendo assim, já foram várias oficinas, dias de ensaio e preparação, alguns desencontros e puxões de orelha tb, pq isso faz parte kkkk, mas o fato é que a coisa tá andando. 
      E no início dessa caminhada, eu havia ficado eufórica quando soube qual seria a minha personagem, só de imaginar o trabalho que eu teria, o quanto ela exigiria de mim. E, gatos, ela exigiu, viu... N tem sido mole n. A cada ensaio sempre com aquela sensação de "N chegou lá ainda. N chegou nem perto de lá"... Mas é desse tipo de trabalho que eu gosto, admito. esse que me força a sair de uma zona de conforto pra pode ficar minimamente satisfeita. 
      Ocorre que essa semana dois momentos do processo parecem ter colaborado enormemente para essa personagem acordar mais ainda dentro de mim:
     O primeiro foi um ensaio em que estava sendo especialmente observado o trabalho vocal que estávamos preparando para nossos personagens. Cada um de nós recebeu de nosso professor e preparador vocal, Geová Amorim, a crítica que lhes cabia; e quando chegou o momento de receber as minhas, acordei para uma série de coisas que eu poderia estar fazendo muito melhor e que não estava talvez por não ter me dedicado como deveria por ter deixado que outros assuntos atrapalhassem essa dedicação. É por coisas assim que gosto de críticas. Sempre consigo tirar algo que me faz crescer mais com elas. Até hoje, nesses meus primeiros passinhos de atriz, nunca recebi nenhuma crítica que não tivesse colaborado com o meu crescimento. Sou grata por cada uma delas. E assim também com essas do professor Geová. Me acordaram e acordaram a personagem aqui dentro. Por isso, gratidão. Sinto-a agora mais perto de nascer como deve para que vocês possam também se apaixonar por ela como eu me apaixonei. 
      Pois bem, no dia seguinte a esse ensaio também seria dia de ensaio e eu estava super empolgada para tentar usar os apontamentos do dia anterior de forma a melhorar meu desempenho. Porém, nosso professor e diretor Alex Cerqueira avisou depois que não haveria ensaio naquele dia pois ele queria fazer o primeiro teste de maquiagem. Isto é, ele faria a maquiagem de alguns personagens para que víssemos e pudéssemos assim treinar em casa, já que nos dias de apresentação seremos nós a fazer a make também. Fiquei meio "Ahhh" pq n teria ensaio, mas logo lembrei que se tem coisa que também ajuda a acordar personagens dentro da gente são o figurino e maquiagem.
     E assim foi... eu fui uma das sorteadas em quem ele fez a prova da maquiagem para servir de modelo para os outros colegas (e para mim mesma já que eu vou ter que treinar depois). e, gente... Mesmo ele tendo avisado que aquela não seria a maquiagem do grande dia, apenas um modelo que ele estava mostrando para que treinássemos depois, ver aquela máscara no meu rosto contribuiu demais para que eu acordasse ainda mais essa personagem. Quando cheguei em casa passei horas brincando de acordá-la, horas que eu resisti em tirar a maquiagem do rosto e eu acredito sim que isso contribuiu muito para o processo. Foram dois dias que me tocaram ainda mais que outros dias. 
      Resultado: estou super apaixonada pela personagem que tenho visto em minha cabeça e espero conseguir trazê-la para o meu corpo para mostrá-la a vocês. E conseguindo isso, espero que vocês se apaixonem por ela como eu. 
        Aí segue uma das fotos da prova de maquiagem. tenho várias e várias, mas vou colocar só essa, só pra manter o suspense mais um pouquinho... :P



P.S: Falando dessa coisa de "crescimento de atriz", estava eu ontem lendo os primeiros posts desse blog e vendo os vídeos antigos. Me diverti um bocado, mas porque a cada vídeo que eu assistia, eu pensava "gente, que horrível, como eu tive coragem de postar isso? Se fosse fazer isso hoje, eu faria de jeito tal.." kkkk. Aí foi que veio a parte gostosa: Percebi que este blog tem cumprido seu propósito pra mim. O propósito que eu tinha para ele quando o criei: registrar meu crescimento e evolução. Ele tem feito isso. Lendo os posts antigos e vendo os primeiros vídeos tenho aprendido comigo mesma ao mesmo tempo que posso ver que devagar eu vou crescendo e ficando um pouco melhor a cada novo desafio que me é proposto. Que continue assim. E que eu nunca esqueça que é sempre possível aprender e crescer mais. Ainda não sou a atriz que eu quero ser. Mas isso também é bom.



Louryne Simões

terça-feira, 19 de maio de 2015

Das postagens atrasadas: Ao Teatro Alagoano

     Essa semana ocorreram alguns acontecimentos que mereciam uma atenção e um post mais detalhado aqui no blog, mas, além de eu ter andado sem tempo, tive alguns problemas de acesso a internet que estragaram meus planos.
    Dentre eles, um que diz respeito a uma data de festa para o Teatro Alagoano: 14 de maio, data em que se comemorava o aniversário da dama do nosso teatro, Linda Mascarenhas (a qual eu tive a honra de interpretar em um exercício cênico e de quem falei com mais detalhes aqui), e que hoje é comemorativa para o Teatro das terras das Alagoas.
     Desde o ano passado, quando finalmente pude ter mais contato com o meu amor primeiro, o Teatro, eu sei que quando chega a semana dessa data Maceió comemora com peças muito boas chegando ao público por preço bem popular e esse ano não foi diferente; e, para completar, a semana de comemoração do teatro Alagoano quase que cola com o fim do Palco Giratório, promovido pelo Sesc.Sendo assim, ô época abençoada pra esses humildes atores, meu pai... Então, meu povo lindo, me perdoe, mas estando essa atriz ocupada assistindo peças e cuidando de projetos dos quais vocês ficarão sabendo logo logo, não pude deixar minha mensagem para o nosso Teatro, mas, me recusando a não fazê-lo, farei agora, ainda que atrasada:

      Feliz aniversário, Teatro Alagoano! É certo que você ainda é muito jovem, ainda crescerá e amadurecerá muito, eu acredito, mas também é certo que você já é mais maduro do que era na época em que pisou no teu tablado a dama que divide com você a data de aniversário. Assim sendo, quero que saiba que você já é muito bonito. É bonito ver teus filhos se unindo para fazer-te ainda mais bonito (ainda que vez ou outra nem sejam tão unidos nem tão determinados nessa missão) e é bonito ver que você já tem sim uma cara, uma voz, uma música, ainda que vez ou outra teu público não perceba isso e queira igualá-lo a outros tantos. Não faz mal: Tú já estás hoje mais desenhado do que quando começou a ser rabiscado e se desenhará ainda mais nos teus futuros aniversários, porque todos os anos nascem de ti novos talentos que, depois, te alimentam e te aprimoram. Então, no teu aniversário, que já é passado, o que desejei pra ti e que continuo desejando ainda agora é isso mesmo: Que a cada ano novos filhos nasçam de ti e que, nascidos, eles saibam reconhecer de onde vieram e cuidar mais de ti e fazer-te mais e mais bonito do que já é. E assim será, bem sei. Daqui a alguns anos, espero saber que cumpri meu papel de tua filha. E ainda assim, que eu não deixe de continuar cumprindo.

Turma com a qual comecei o curso de teatro na Escola Técnica de Artes
Turma com a qual comecei o curso de Arte Dramática na Escola Técnica de Artes
Elenco da montagem "João e o pé de feijão", da Cia Fulanos Ih Sicranos



Louryne Simões







quinta-feira, 7 de maio de 2015

Camarim: Eu no Filmow!! *_*

     Passando rapidamente só pra compartilhar uma dessas bobagens que deixam a gente super feliz... *_* Acabei de me achar no Filmow, gente! O Filmow, para quem não conhece, é uma espécie de rede social para cinéfilos, digamos assim... Você vai marcando os filmes que já viu, os que gostaria de ver, pode trocar impressões com outras pessoas que assistiram, enfim... E pode marcar os artistas de quem vc é fã ou apenas comentar o trabalho de um ou outro ator em determinado filme. è bem legal. E eu estou por lá (Obaaa *_*)! O cinema tem espaço quase tão grande quanto o teatro no meu coração (talvez só um pouquinho menor... Bem pouquinho :P) e eu já participava do filmow, mas com o meu perfil mesmo apenas pra registrar os filmes que ia assistindo... Agora descobri que o fofo do Nuno Balducci, diretor do único curta do qual participei até então, o premiado "Atirou para matar", havia me cadastrado como artista por lá... *_*. Qualquer dia desses, a lista de filmes tem crescido, né? Quem sabe? Obrigada Nuno =)

        Pra quem não acreditou em mim, segue o link bem aqui ó. E olha a minha foto por lá: 


      Enfim, pessoas lindas só pra compartilhar minha pequena alegria mesmo =)

Beijo Beijo,

Louryne Simões

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Oficina Palco Giratório: O ator e a manipulação direta, com Cia Catibrum Teatro de Bonecos

     Essa segunda-feira que passou, dia 4/5/2015, graças ao Palco Giratório (mais uma vez *_*), eu fui assistir a um espetáculo lindíssimo da companhia Catibrum Teatro de bonecos: O som das cores. A peça conta a história de Lúcia, uma menina linda que perde a visão e começa a descobrir que pode enxergar de muitas maneiras diferentes. Principalmente através da imaginação *_*. E a Catibrum tratou de um tema tão sério do meu jeito favorito: distribuindo poesia.



      E nesse fim de semana, anterior à segunda-feira da apresentação, para a sorte de alguns humildes artistas maceioenses, a Catibrum deu uma oficina sobre o ator e a manipulação direta de bonecos. Foi uma experiência incrível na qual aprendi muita coisa mesmo sobre uma modalidade de teatro da qual conheço muito muito pouco. 
       Hoje posso dizer que Teatro de bonecos não é um teatro apenas para crianças nem tampouco é somente uma caixa por trás da qual uns atores se escondem abaixados com bonecos em suas mãos. Também não é unicamente o teatro de marionetes e/ou de ventríloquos. Não. É muito mais do que isso aí. Existem uma infinidade de bonecos e uma infinidade de histórias que podem ser contadas com eles além de várias maneiras diferentes de manipulá-los. E posso dizer mais também: Não é fácil. 
      Na técnica da manipulação direta são necessários três manipuladores para um único boneco. Um controla a cabeça e o tronco, outro os braços e as mãos e outro os pés e pernas. No primeiro dia de oficina, nos aquecemos e alongamos bastante corporal e vocalmente antes de chegar a pegar o primeiro boneco (o qual era de tecido, diga-se de passagem) e com 5 minutos manipulando já sentíamos o braço, além disso é necessário muita integração entre os atores-manipuladores para sincronizar e combinar bem todos os movimentos do boneco de modo a ficar realista. Posso dizer que cheguei bem quebrada em casa nesse dia; mas isso também me deixou maravilhada, como quem descobre algo novo, eu estava descobrindo o teatro de bonecos e aprendendo a respeitá-lo e admirá-lo mais quanto mais eu percebia o quanto essa modalidade também exige treino e estudo.
     No segundo dia pegamos mais nos bonecos (o mesmo do primeiro dia e depois um especial para oficinas e estruturalmente um pouco mais parecido com os utilizados em apresentações), tivemos a chance de criar um pouco mais de intimidade com os bonecos  e entre nós mesmos, manipuladores por uma tarde; criamos uma ceninha com nossos bonecos e apresentamos para os colegas de oficina. E a experiência foi maravilhosa. É incrível poder dar vida ao inanimado. E esse inanimado que passa a viver pode ser tanta coisa: um tecido, um par de luvas... De tanta coisa pode nascer um boneco. Um pedacinho de magia no nosso mundo. Mais que isso até: Uma pequena prova de que os humanos podem fazer magia...
       Começo a finalizar pegando emprestado para esse post, os dizeres  do meu parceiro número 1 de vida, teatro e oficina (s), Jadir Pereira: Ele disse que depois dessa oficina passou a considerar que qualquer ator iniciante deveria passar pelo teatro de bonecos. Porque isso daria a ele, com toda a certeza, o claro entendimento de como no teatro um está continuamente precisando do outro. Concordo.

     Já agradeci imensamente a essa Companhia representada tão bem por esse elenco que tanto nos ensinou. mas deixo aqui mais uma vez o meu muito obrigada à Catibrum, à Camila Borges, Beto Militani, Rooney Tuareg e Leandro Marra. Obrigada, pessoal! Vocês deixaram uma semente conosco. Tentarei cuidar da minha até que ela floresça ;)






Louryne Simões

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Oficina Palco Giratório "Contando a gente acredita", com Clareira de Teatro

     Gente, em dias de Palco Giratório, a verdade é que há sempre muito para contar em pouco tempo. Então, estes posts todos que estou fazendo estão realmente super atrasados, mas tenho que fazê-los assim mesmo, simplesmente porque não poderia não fazê-los... :P
     Agora mesmo já se aproximam as duas da matina, mas cá estou eu escrevendo este post porque amanhã já tenho outras coisas que quero compartilhar por aqui. Então, vamos lá...
     Sábado passado, dia 25/4/2015, quem foi ao Teatro Deodoro pôde prestigiar um belíssimo espetáculo infantil promovido pela Companhia Clareira de Teatro, do Rio Grande do Sul: Nina, o monstro e o coração perdido. A peça contava a história de Nina, uma menina linda e cheia de alegria, que um dia fica triste. E, sem saber lidar com isso, deixa se perder seu coração e com ele todos os sentimentos. Percebendo, porém que fizera a escolha errada, ela e seu amigo monstro iniciam uma jornada em busca de seu coração perdido. A montagem se desenvolve com contação de histórias, um cenário vivo, colorido e móvel e uma leveza espetacular. E, além disso, contava com um elenco que cativou a todos que compunham o público *_*




      E pra ser melhor, esse elenco maravilhoso composto pelos lindos e doces Valquíria Cardoso, Alex Limberger e Gustavo Dienstmann nos deram de presente 2 dias de oficina \o/ (Todas piram de felicidade). 
      A oficina "Contando a gente acredita" foi uma oficina com foco na contação de histórias mas que nos trouxe ganhos que ultrapassaram essa expectativa: jogos que estimularam a atenção, a criatividade, a musicalidade, a sonoridade e um monte de mais dades... Vimos uma cadeira virar milhares de coisas, vimos uma música nascer do nosso próprio corpo e sem que nada fosse combinado antes, vimos histórias serem contadas sem palavras e apenas para que nossos ouvidos apreciassem e não nossos olhos. Enfim, foi nos permitido ouvir e contar histórias de um modo diferente ao que estamos habituados. Zonas de conforto... Falei sobre isso na oficina. Como somos acomodados.... Como nos acostumamos a fazer tudo sempre do mesmo jeito... A contar e ouvir histórias sempre do mesmo jeito... E como é bom quando alguém nos convida a sair desse conforto e nos ensina a fazer um pouquinho diferente *_*


     E é por isso mesmo que eu queria agradecer demais a vocês: Alex, Valquíria e Gustavo. pelos sorrisos nos rostos primeiramente; pela doçura, o carinho, o amor que nos foi derramado, pela preocupação com nossos problemas (n esqueci nenhuma das suas palavras, Alex)... E muito muito obrigada por ter deixado conosco um pouco do que vcs já aprenderam nessa caminhada eterna que é a vida do ator. Aprendi muito com vcs e me empenharei em não deixar isso que aprendi pelo caminho.  Val, você ficou feliz, porque viu que tinha plantado uma semente. Plantou sim, minha flor. E espero falar dela em um post muito próximo.



      Tem novidade chegando por aí, galera!! :*




Louryne Simões
      

terça-feira, 28 de abril de 2015

Palco giratório

     Esta postagem está bastante atrasada e peço mil perdões por isso, mas é a velha desculpa de que o tempo anda meio curto. O que importa é que cá estou eu agora :D
      E estou para falar de um evento super aguardado pelos artistas do país e que (graças por isso) acontece também aqui na nossa Maceió: o Palco Giratório. 
     O Palco Giratório é um evento teatral promovido pelo Sesc que permite a companhias de Teatro de todo o país viajar e apresentar suas peças (ou seja, sonho de toda companhia passar no edital para o palco giratório) presenteando os públicos de cada canto desse Brasilzão com peças maravilhosas. E gratuitas! Já assisti a peças incríveis e com as quais aprendi muito no Palco giratório desse ano, mas falarei mais sobre essa experiência particular em outros posts que espero muito ter tempo de escrever amanhã. Hoje eu só queria fazer essa divulgação no blog porque ainda dá tempo, já que o evento vai até o dia 12 de maio. Vamos lá pessoal?? Vamos teatrar!






Louryne Simões

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Oficina Teatro do Oprimido

     Quarta feira passada, dia 1/4, recebemos na ETA o ator Dodi Leal para nos aplicar uma oficina do Teatro do Oprimido, vertente do Teatro fundada pelo brasileiro Augusto Boal. Boal participava da política ativamente chegando a ser exilado do país durante a ditadura militar; seu Teatro herdou seu ativismo. Também conhecido como Teatro do diálogo, o Teatro do Oprimido é conhecido por discutir no palco questões político-sociais, especialmente no que é referente a dar voz para as classes que não tem. É um teatro contra a opressão. E, em se tratando de um Teatro que defende que todos deveriam ter voz, ele mesmo não poderia excluir ninguém, não é? Assim sendo, o Teatro considera que todos nós podemos ser atores, assim como todos podemos ser espectadores.
      Sobre isso, o professor Lindomar pode dizer melhor que eu bem aqui, de onde retirei o seguinte trecho:

"O “Teatro do Oprimido”, de acordo com o próprio Boal, pretende transformar o espectador, que assume uma forma passiva diante do teatro aristotélico, com o recurso da quarta parede, em sujeito atuante, transformador da ação dramática que lhe é apresentada, de forma que ele mesmo, espectador, passe a protagonista e transformador da ação dramática. A idéia central é que o espectador ensaie a sua própria revolução sem delegar papéis aos personagens, desta forma conscientizando-se da sua autonomia diante dos fatos cotidianos, indo em direção a sua real liberdade de ação, sendo todos “espect-atores”.

    Assim, o Teatro do Oprimido é um dos poucos que dá tanta importância aos espectadores quanto aos atores. Afinal todos somos atores e todos somos espectadores na vida cotidiana, não é mesmo? E porque no Teatro seria diferente? Perguntemo-nos então: Onde temos estado mais? No palco, atuando, ou apenas assistindo como o mundo se desenrola?



  •      EU NO TEATRO DO OPRIMIDO
     Embora eu já escute falar do Teatro do Oprimido desde quando dei meus primeiros passos nas tábuas, nunca tinha feito uma oficina nessa vertente. Adorei. Aprendi bastante e vi como realmente o Teatro pode servir a esse propósito de ser questionador e revolucionador na sociedade. O tema dessa oficina especificamente foi travestilidades, mas fomos muito além desse tema, falamos de machismo também, do homem, da mulher, de gêneros e me senti voltando pra casa como quem fazendo o que mais ama, em casa, ou seja, no teatro, falou de coisa séria... E falou sem pesar. Sem pesar o clima. Sem se sentir pesada. Falar de política no Teatro é outra coisa. Pelo menos pra mim. Além disso, Dodi realmente conduziu cada momento da oficina sempre com muita dialogicidade realmente. Foi uma delícia participar da oficina e me senti aprendendo. E percebendo como realmente o teatro pode ser transformador (coisa que eu achava que já sabia, mas a oficina me fez sentir isso mais na prática, o que foi muito melhor.)

      E, sendo assim, aproveito para renovar meus agradecimentos a Dodi Leal e super indicar que qualquer ator (ou não-ator) participe sim de oficinas do teatro do oprimido. Aprender a (se) questionar, a se rever, se refletir é fundamental. Não há como fugir da política. Se você foge dela, você entrega os seus direitos de mão beijada nas mãos de outras pessoas. Não façamos isso. E aproveitando a era que estamos vivendo, tão cheia de "vontade política" por meio do povo, né? (super atenção para as aspas, por favor), que questionemos com força, mas sem perder a ternura e a leveza... =). Eu não saberia como terminar esse post, porque não pararia nunca de ressaltar as qualidades e vantagens de se fazer o teatro do Oprimido, então vou parar no simples "eu faria de novo.", "é necessário" e "faça você também."








Louryne Simões

terça-feira, 31 de março de 2015

Camarim: Se uma estrela aparecer...

      Bom, pessoas lindas da minha vida, nesse fim de semana que passou eu fiz um post sobre como vinha me sentindo um tanto estremecida comigo mesma por ter me atrasado nos meus compromissos com meu estudo do teatro na ETA. Mas o teatro é tão pai, mãe e lar pra mim que me deu colo... Fiz o pedido a uma estrela e agora cá estou... Com sono e um tanto dolorida, mas tão tão feliz que tinha que vir aqui compartilhar rapidamente um pouco dessa felicidade com vocês *_*. Explico:

      Esse ano minha turma de teatro da ETA deve apresentar duas montagens, uma para cada semestre. Sexta-feira ficamos sabendo o projeto da nossa primeira montagem e nos apaixonamos perdidamente (e falo no plural mesmo porque sei que a maior parte dos meus colegas, se não todos eles, ficaram mesmo tão apaixonados quanto eu). E eu fui conquistada exatamente pelo que eu vinha pedindo: desafio, algo que exigisse meu suor. A história que vamos contar nem tinha tanto espaço no meu coração, mas tem conquistado cada vez mais desde o dia que eu soube só pela ideia do trabalho que eu sabia que iria ter. E ontem e hoje isso se confirmou: fizemos duas oficinas preparatórias que já me fizeram trabalhar com coisas com as quais nunca tinha trabalhado antes por personagem nenhum. Hoje estou dolorida por conta da oficina preparatória de hoje e terei que trabalhar amanhã e sei que estarei morta, mas estou imensamente feliz. Pelo desafio, pelo trabalho, pela oportunidade de aprender e de viver coisas que ainda não tinha vivido até agora e até pelo resultado que ainda está tão longe, mas que sei que se vier de um processo que continue do jeito que está até agora será absolutamente lindo. 
      Ainda não posso compartilhar com vocês qual será a peça ou qualquer coisa mais clara relacionada a ela. Ainda é cedo. Mas quis compartilhar minha felicidade. Quis chegar aqui e dizer que estou feliz. Muito feliz. Porque estou trabalhando, porque estou suando, porque estou em um projeto no qual sairei muito melhor atriz só pelo processo no qual ele está me colocando e quis dizer isso da mesma forma que dia desses disse que não estava muito satisfeita comigo mesma. Não estava porque não estava vivendo o palco como gosto desde as férias e já estava numa saudade amarga. Mas agora não. Agora estou de volta. Estou em casa, pessoal. Estou feliz. Estou suando.

Louryne Simões

domingo, 29 de março de 2015

Camarim: Menos atriz (?)

     As Aulas na ETA começaram no início desse mês, mas por motivos diversos -dentre os quais, um deles é o trabalho que, por ora, ainda é o que me sustenta (para quem não sabe, sou professora também) e outro que diz respeito a um grande projeto de ordem pessoal (que tb se relaciona ao primeiro motivo citado, já que preciso de dinheiro para realizá-lo) (ficou confuso, né? espero que não... bom, mas, basicamente, o que importa é essa próxima frase ->)- eu acabei perdendo praticamente as duas primeiras semanas de aulas e um exercício cênico maravilhoso do qual adoraria ter participado, até pq tinha parte minha no texto: Beatriz, foi um exercício cênico lindíssimo e muito comentado na Escola, dirigido pelo meu professor, Toni Edson, com vários dos meus colegas no elenco e partes de um conto, Amor, escrito por mim no texto final do exercício, além de trechos de um texto de Jorge de Lima, da música ciranda da bailarina, de Chico Buarque e partindo de outra música desse mesmo artista: Beatriz. Sentiram como deve ter sido lindo? E a honra de ter meu texto junto dos de artistas desse peso? Pois é, mas eu não estive lá. Espero conseguir algum vídeo para postar aqui, especialmente da parte onde meu texto aparece dito pelos meus colegas, se possível. Mas gostaria de ter estado lá tb.
     O fato é que não estar lá por ter priorizado (ainda que eu tenha sido forçada a priorizar, já que preciso de dinheiro, como todos nós) outras funções me fez sentir um pouco como se eu estivesse me traindo. Como se estivesse sucumbindo a esse sistema cruel que nos rege. Mas, por mais que eu queira, ainda não vivo só da minha arte e, para ser mais verdadeira e crua, o que ganho com ela não dá pra pagar quase nenhuma das minhas contas e, por mais sonhadoras que sejam as minhas asas de artista, eu faço parte de um mundo que é regido pelas leis de um sistema que gira em torno do dinheiro. Cruel, mas, verdade. Fazer o quê? Então me perdoei um pouco por isso.
     Mas ainda me senti meio que me traindo.
     O artista tem que se esforçar, estar em trabalho constante, nunca deve se reconhecer como perfeito ou pronto. É aprendiz constante. E o ator não é diferente. Deve estar em constante trabalho de observação, leitura e corpo. Duas semanas de atraso em relação aos meus colegas me fez sentir realmente atrasada, fiquei me perguntando se realmente estava me esforçando como deveria para ter aquilo que sempre quis. Entendo que tenho que trabalhar sim e me sustentar sim, mas não quero que isso me atrapalhe em ser a atriz que sonho ser um dia. E para ser essa atriz, ainda há muito suor a ser derramado.
     

     Então essa postagem é mais um lembrete para mim mesma para que eu não esqueça jamais de nunca ser medíocre na minha arte, de que tudo que eu faça seja visceral. Mas para isso devo me lembrar tb que o trabalho para alcançar esse objetivo seja de corpo e alma. E aí sim eu serei cada vez mais atriz. Cada vez mais a melhor atriz que eu puder. E a atriz de hoje será melhor que a de ontem e nem de longe tão boa quanto a de amanhã. Mas o caminho de tijolos amarelos para isso tem trabalho em lugar dos tijolinhos.



Louryne Simões
      

terça-feira, 3 de março de 2015

Camarim: 2014, o ano dos primeiros passos

     2014 já foi embora a meses e era de se esperar que como eu n tinha lhe feito nenhuma carta de despedida quando ele estava partindo, n fizesse agora. Mas farei. E farei porque 2014 foi pra mim um daqueles anos que não podem ir embora sem que a gente fale sobre ele. E eu provavelmente falarei dele ainda em muitos e muitos outros anos da minha vida. Foi um ano importante e especial em vários aspectos, mas no que diz respeito à minha caminhada de aprendiz de atriz, ele foi decisivo.
     Foi no início de 2014 que eu fiz meu primeiro teste de interpretação (Falei dele com mais detalhes aqui). Para entrar na Escola Técnica de Artes, para a qual já queria entrar a anos. Foi um momento super importante e único pra mim, que espero nunca esquecer e, mais que isso, viver de novo em um fechar de olhos. E Foi em 2014, e nessa Escola, a ETA, que foi me dada a oportunidade de viver personagens incríveis em cenas maravilhosas: Fui Fedra, fui Lisístrata, fui Linda Mascarenhas, fiz mulheres fortes e decididas... E cada uma dessas personagens permitiu que a Louryne fosse quem ela não é e vivesse coisas que ela não viveu (como uma greve de sexo na Grécia Antiga, por exemplo :P). E crescesse pra caramba com isso!
       Como não fosse presente suficiente, ainda foram me dadas oportunidades maravilhosas fora dessa escola que me acolheu: Pude trabalhar com uma Companhia que tem tanto do meu carinho (lê-se Fulanos Ih Sicranos) e viver uma história mágica como João e o pé de feijão, que diz tanto da minha própria história, e ainda descobrir a beleza sem igual do teatro infantil nos olhos encantados das crianças que nos assistiam. Adentrei meu outro encanto, o cinema, graças ao querido Nuno Balducci, que me deu a oportunidade de integrar o elenco do curta premiado "Atirou para Matar"...
           Ufa! Muito presente para um ano só de uma iniciante, não é? E muitas pessoas pra agradecer tamém... Mas é, eu fui abençoada assim... Então, por mais piegas que possa parecer, acho que se eu tivesse a oportunidade de falar algo para 2014 eu diria "Obrigada. Obrigada por me dar tanto. Saiba que você foi um ano que não passou. Estará, com certeza, em todos os outros anos da minha vida. De alguma forma."
             E que 2015 seja também tão gentil comigo! (como já está aparentando ser... Se tudo der certo, novidades por aí. Aguardem! :))

E meu beijo de hoje fica pra você que se foi,
Um beijo sorridente e levemente saudoso, 2014

Louryne Simões














João e o pé de feijão (nos palcos do teatro)

     Olá pessoas lindas!! :D
    Tem um tempão que não apareço por aqui, por conta da correria que foi o fim do ano passado e depois vieram as férias que me trouxeram uma super preguiça, inclusive de postar aqui no blog. Mas, enfim, cá estou eu novamente pra postar algo que nem é mais novidade: Quem acompanha o blog deve se lembrar que no ano passado eu postei sobre a minha primeira peça em caráter mais profissional, digamos assim, João e o pé de feijão, pela Companhia Fulanos Ih Sicranos, uma companhia queridíssima pra mim.  Da mesma forma, quem acompanha esses meus pequenos passos, deve se lembrar que a peça foi inicialmente apresentada nas escolas, mas que eu havia dito que em novembro (ou seja, este post está quase 4 meses atrasado), ela ganharia os palcos do teatro. Pois bem, é sobre esse momento que venho postar aqui.
      Em novembro do ano passado, nosso João e o pé de feijão ganhou os palcos do teatro e foi, é claro, uma experiência maravilhosa. Apresentamo-nos no Teatro de Arena, anexo do Teatro Deodoro. Se bem me lembro foram 5 ou 6 apresentações naquele mês e ainda que eu passasse horas inteiras aqui tentando postar sobre as coisas lindas que vivi naquelas apresentações, não conseguiria, então focarei em duas da minhas dádivas daqueles dias: a primeira diz respeito à chance que eu tive de encantar crianças e de ser encantada por elas. Em todas as apresentações pudemos encontrar as mais lindas crianças, os mais lindos sorrisos e olhos brilhantes olhando encantados pra nós. Lembro especialmente de uma que devia ter coisa de 5 ou 6 aninhos e tinha um black lindão. Assim que acabou a peça e a escola nos pediu pra tirar fotos com as crianças, ela correu pra mim, me abraçou, pediu pra tirar foto comigo, eu disse que ela era linda... Enfim, são coisas que eu acredito que a gente só consegue no teatro infantil mesmo. Foram coisas lindas assim que eu vivi em quase todos os dias *_*. Para completar, lembro de meses depois de encerradas as apresentações ainda encontrei crianças na cidade que me reconheciam da peça. Tem coisa mais gratificante?? 
    E a segunda refere-se à sensação maravilhosa de estar em casa, nas tábuas do teatro, de me deitar ali a cada início de apresentação só pra sentir as tábuas antes de encenar em cima delas e simplesmente viver o palco. A menos que você também seja um filho do teatro não vai entender do que estou falando. Mas, saiba, assim mesmo, que é maravilhoso. Antes mesmo de estar em cena, só o fato de estar ali, já é um espetáculo à parte pra mim.

    Mas deixemos de blá blá blá e vamos aos registros *_*:


















      E um videozinho que todo mundo merece.... *_* Esse, porém, tá simples e sem edição, tá, meu povo? 


    Bom, pessoas mais lindas, por ora é isso... Vamos torcer pelas próximas nuvens desse pé de feijão...



João e o pé de feijão

Direção: Arthur Martins
Elenco:
Arthur Martins
Anderson Fidellis
Marina Rosa
Louryne Simões
Beijo pra todo mundo!
Louryne Simões